Citação – Murilo Rubião

“Acho que em determinado momento o escritor pode fugir um pouco da realidade, mas ele sempre acaba participando, até mais do que o cidadão médio, vendo no futuro formas que possam melhorar e ajudar o homem do presente.” – Murilo Rubião

#95 Flicts

Título: Flicts

Autor: Ziraldo

Primeira publicação: 1969

Modalidade: Ficção

Minha Edição: Editora Melhoramentos

“Não existe no mundo
nada que seja Flicts”

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Extrato Poético: Conceição Evaristo

Todas as Manhãs

Todas as manhãs acoito sonhos
e acalento entre a unha e a carne
uma agudíssima dor.

Todas as manhãs tenho os punhos
sangrando e dormentes
tal é a minha lida
cavando, cavando torrões de terra,
até lá, onde os homens enterram
a esperança roubada de outros homens.

Todas as manhãs junto ao nascente dia
ouço a minha voz-banzo,
âncora dos navios de nossa memória.
E acredito, acredito sim
que os nossos sonhos protegidos
pelos lençóis da noite
ao se abrirem um a um
no varal de um novo tempo
escorrem as nossas lágrimas
fertilizando toda a terra
onde negras sementes resistem
reamanhecendo esperanças em nós.

Conceição Evaristo in ‘Poemas da Recordação e Outros Movimentos’ (Editora Nandyala)

#94 Causa Morte

Título: Causa Morte

Autor: Débora Gil Pantaleão

Primeira publicação: 2017

Modalidade: Ficção

Minha Edição: Editora Penalux (Selo Castiçal)

“O homem é uma paixão inútil, meu amigo.”

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Dica – Cadernos de Literatura Brasileira

O Instituto Moreira Salles é uma entidade sem fins lucrativos de assistência à cultura do Brasil fundada pelo empresário e diplomata Walther Moreira Salles no início dos anos 1990. A organização, sediada em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, conta com preciosos acervos que abrangem as áreas de literatura, fotografia, iconografia, artes plásticas, música e cinema, organizando, preservando e divulgando conjuntos raros que abordam questões referentes à memória e à história do país.

Além da promoção de eventos e pesquisas e dos lançamentos em vídeo, o IMS publica livros, revistas e catálogos criados a partir de seus tesouros, também coeditando impressos com outras instituições. Em relação ao aporte literário, propõe a disponibilização de documentos diversos do arquivo pessoal de Carlos Drummond de Andrade, Carolina Maria de Jesus, Ana Cristina Cesar, Paulo Mendes Campos, Erico Verissimo, Lygia Fagundes Telles, entre outros autores, para consulta em seu site, a coordenação de exposições, a reedição de obras raras, a impressão de volumes especiais em fac-símile e a manutenção de plataformas específicas, como o portal sobre Clarice Lispector.

Outra importante realização do Instituto é a série Cadernos de Literatura Brasileira, que começou a ser produzida em 1996. Trata-se de uma coleção de grandes compêndios centrados em alguns escritores basilares de nossas letras,  destacando a pluralidade de vozes e tradições da prosa e da poesia nacionais, com artigos e ensaios de especialistas (críticos e amigos), manuscritos inéditos, registros fotográficos exclusivos e, por vezes, depoimentos e entrevistas cedidas pelos próprios perfilados, em cujo catálogo também entram nomes não pertencentes ao repositório do IMS, como Machado de Assis, Raduan Nassar, Hilda Hilst, João Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Ariano Suassuna.

Dos 27 cadernos lançados, 11 estão disponíveis em formato digital, com o conteúdo liberado para leitura online e gratuita, incluindo o número divulgado em comemoração aos 10 anos da publicação, com um apanhado do melhor dos demais tomos. Vale a pena dar uma olhada e conhecer um pouco mais sobre a criação literária brasileira!

#93 Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais

Título: Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais

Autor: Cora Coralina

Primeira publicação: 1965

Modalidade: Poesia

Minha Edição: Editora Global

“Becos da minha terra,
discriminados e humildes,
lembrando passadas eras…”

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#92 Hospício é Deus – Diário I

Título: Hospício é Deus – Diário I

Autor: Maura Lopes Cançado

Primeira publicação: 1965

Modalidade: Não Ficção

Minha Edição: Editora Autêntica

“O louco é divino, na minha tentativa fraca e angustiante de compreensão. É eterno.”

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#91 Vermelho Amargo

Título: Vermelho Amargo

Autor: Bartolomeu Campos de Queirós

Primeira publicação: 2011

Modalidade: Ficção

Minha Edição: Editora Global

Tantos pedaços de nós dormem num canto da memória, que a memória chega a esquecer-se deles.”

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Extrato Poético: Antonio Cicero

Guardar

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.

Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.

Antonio Cicero in ‘Guardar’ (Editora Record)

#90 Azul e Dura

Título: Azul e Dura

Autor: Beatriz Bracher

Primeira publicação: 2002

Modalidade: Ficção

Minha Edição: Editora 7Letras

“Nada importa quando nada está certo.”

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Literafilia: Sobre Julgar Livro Pela Capa

Em uma cultura em que o recurso visual muitas vezes se sobressai ao conteúdo, a capa, enquanto embalagem do livro, tem uma importância crucial no processo editorial, servindo de guia do que será encontrado no interior de tal suporte ou constituindo seu principal meio de propaganda. Ela geralmente é construída tendo em vista a sedução dos leitores, podendo apresentar, além do título, nome do autor e indicação da editora, alguma referência sutil ou explícita ao escrito que protege. Esse elemento, todavia, não traduz completamente o conteúdo impresso, podendo gerar experiências frustrantes ou grandes mal-entendidos.

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#89 Memórias de um Gigolô

Título: Memórias de um Gigolô

Autor: Marcos Rey

Primeira publicação: 1968

Modalidade: Ficção

Minha Edição: Editora Global

“Realmente eu não sabia o que queria ser. Aliás, sabia, sim. Não queria ser nada.”

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Listeratura: Casais na Ficção

A literatura, enquanto expressão artística da essência humana, sempre contemplou a história de amor como interessante elemento para a ficção. De fato, os encontros e desencontros de casais permanecem surtindo algum efeito nos leitores, seja fazendo-os torcer por um final feliz ou odiar a combinação entre os personagens, seja simplesmente estabelecendo certo nível de identificação com o desenrolar dos relacionamentos narrados. Indo além da mera idealização romântica e se aproximando a uma dimensão mais autêntica da convivência amorosa, esta lista evoca alguns casais memoráveis da produção literária brasileira, com os escritores revelando diferentes perspectivas acerca do contato interpessoal e a intensidade de seus desdobramentos.

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#88 Ferrugem

Título: Ferrugem

Autor: Marcelo Moutinho

Primeira publicação: 2017

Modalidade: Ficção

Minha Edição: Editora Record

“[…] embora diferentes, algumas coisas continuam.”

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Citação – Fernando Bonassi

“Não acredito em literatura feliz, isso não existe. Não acredito sequer em felicidade, no máximo você faz um ajuste. Enquanto você está bem aqui, tem um cara cheio de ódio lá embaixo.” – Fernando Bonassi